A Polícia Civil em Uberlândia apresentou na manhã desta terça-feira (11) os 11 presos suspeitos de pertencer a uma quadrilha de roubo de cargas e caminhões no Triângulo Mineiro e no interior dos Estados de Goiás e São Paulo. Além deles, a investigação que durou cerca de seis meses, levou a outros quatro suspeitos que estão nas unidades prisionais de Itumbiara (GO), Araçatuba (SP) e uma terceira cidade, cujo nome não foi revelado. Um dos homens presos é considerado líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Araçatuba e seria um dos mentores dos roubos.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Eduardo Leal, os suspeitos presos em Uberlândia, oito no total, eram os executores dos crimes. Na cidade foram pegos quatro homens, com idades entre 30 anos e 50 anos, e quatro mulheres, com idades entre 18 anos e 20 anos. “O modus operandi era o de usar mulheres que ficavam pedindo ajuda nas rodovias. Elas atraíam os motoristas de caminhões encomendados pelos líderes do bando e, depois que estes estacionavam, eram abordados pelos outros membros do grupo.” Leal disse ainda que as investigações geraram três processos que serão finalizados em 10 dias.
Ainda em Uberlândia foi preso um homem, proprietário de dois postos de combustíveis. Ele é investigado por encomendar dessa quadrilha uma carga de combustíveis. “O crime foi realizado pelo grupo e o material foi levado aos postos desse suspeito, que já tem passagens pelo sistema policial e responde a um inquérito. Mesmo que ele não esteja ligado à razão social dos postos, temos provas de que ele é sim o proprietário dos mesmos e realizou o pedido do roubo”, afirmou Leal. O suspeito não quis falar a respeito das acusações.
Todos os envolvidos presos na cidade já têm passagens pela polícia e negam envolvimento com a quadrilha.
Suspeito de integrar PCC nega envolvimento com o crime
Além dos suspeitos de Uberlândia, quatro pessoas, incluindo Valentin Nettes Junior, líder do PCC, foram presas em Araçatuba (SP), suspeitas de pertencer à quadrilha investigada por roubos de carga na região do Triângulo Mineiro e no interior dos Estados de Goiás e São Paulo. Para a cidade do interior paulista, eram enviados os caminhões roubados nas estradas de fronteira dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Lá eles eram desmanchados e as peças vendidas em, segundo a PC, lojas pertencentes a Valentin Nettes. “Cada um fala o que quer. Tudo isso é mentira e minha participação nisso é nenhuma. Sou comerciante e quero saber como chegaram até mim. Isso veremos no decorrer do processo”, afirmou o suspeito Nettes. Ele disse ainda que, dos envolvidos presos, conhece apenas um, que teria uma loja de peças de quem fez uma compra. Este indicado não quis falar com a reportagem.
Nettes e outros dois presos em São Paulo estão no presídio Jacy de Assis em Uberlândia, junto dos outros oito suspeitos presos na cidade.
Trabalho que resultou de força tarefa entre Estados terá desdobramentos
A prisão de 15 pessoas suspeitas de formar uma quadrilha de roubo a cargas e caminhões nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, foi parte das ações do grupo de trabalho criado pela Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais envolvendo estes e outros cinco Estados. Segundo delegado chefe do 9º Departamento de Polícia Civil em Uberlândia, Samuel Barreto, a força tarefa, chamada de Divisas Seguras, deve, a partir destas prisões, levar à desarticulação de outros grupos criminosos.
A reportagem do CORREIO de Uberlândia recebeu informações de que está sendo preparada uma nova operação que resultará nas prisões de suspeitos ligados aos envolvidos presos nesta quadrilha, em uma cidade da região.